O Largo da República assim denominado por ter sido o local de Alcochete onde se içou, pela primeira vez, a bandeira republicana aquando da implantação da República, em 1910, chamava-se, anteriormente, o Largo da Praça, sendo um espaço público onde os homens de Alcochete se reuniam esperando ser contratados pelos patrões, para o trabalho nas salinas.
A maioria das famílias vivia endividada e a sua alimentação era muito fraca. Quanto às crianças, alimentavam-se geralmente de açorda com alho. Chegadas aos sete anos de idade, iam para o campo munidas de uma navalha para apanhar nabos e comê-los crus! Alguns comiam sopa de feijão que o pai cultivara numa terrinha...
A maioria dos alcochetanos eram salineiros, como tal na sua maioria, tinham três meses de crise. Sem trabalho, quando caíam as chuvas de Inverno.
Nessas ocasiões, alguns iam para a Capital, para a descarga do carvão. Mas nem todos eram seleccionados. Então, estes iam para o mar apanhar amêijoas para as vender pelas ruas.
De canastra à cabeça, apregoavam "Eh! amêijoa... Eh! amêijoa!", e vendiam por cinquenta centavos uma tigela bem cheia, apinhada...
1kg de amêijoas; 2 tomates; 1 pimento; 1 cebola grande; azeite e sal q.b.
Deixa-se refogar a cebola com os tomates, pimento, azeite e sal, dentro de um tacho. Juntam-se algumas amêijoas e sacode-se o tacho (como se fossem castanhas a assar).
Logo que estas amêijoas estejam abertas, acrescentam-se mais e sacode-se novamente o tacho.
E pronto! Modernamente aromatiza-se com um ramo de coentros e pode substituir-se o azeite por banha ou toucinho.
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